Hoje no Brasil existem catalogadas cerca de
150 espécies exóticas invasoras de animais e
plantas. A informação é da organização não
governamental Instituto Horus de Desenvolvimento
e Conservação Ambiental, que junto com o
Ministério do Meio Ambiente está fazendo um
trabalho de mapeamento das espécies.
Principalmente no que se refere à fauna, as
espécies exóticas costumam ser trazidas ao País
para criações voltadas ao desenvolvimento
econômico. É o caso do javali, que foi levado da
Europa ao Uruguai e posteriormente trazido ao
Brasil como uma opção de carne, e do caramujo
gigante, trazido como escargot e que hoje está
presente em 23 estados brasileiros, inclusive o
Paraná.
Algumas, como a tartaruga de orelha vermelha
(Trachemys scripta), nativa da América do Norte,
são trazidas para venda de filhotes como animais
de estimação e acabam sendo abandonadas por seus
proprietários, se proliferando na natureza.
Outras acabam entrando de forma involuntária. Um
exemplo é a lebre européia, que foi levada para
criação na Argentina por volta de 1896 e, em
1983, já havia se disseminado no Brasil,
entrando sozinha no País.
Segundo a engenheira florestal Sílvia Renate
Ziller, que é integrante do Instituto Horus, são
poucas as espécies exóticas invasoras que
conseguem causar problemas reais. Porém, quando
eles são gerados, costumam ser de grandes
proporções, como no caso do mexilhão
dourado.
O animal é oriundo do Sudeste da Ásia. Foi
levado a outros países por navios. Ele foi
identificado na Argentina em 1991 e acabou se
espalhando pelo Brasil, tornando-se uma
verdadeira praga e formando colônias dentro de
tubulações de água, muitas vezes comprometendo o
abastecimento de algumas regiões.
"Geralmente, as espécies invasoras expulsam
as espécies nativas, causando desequilíbrio
ambiental. É praticamente impossível limpar o
ambiente novamente", explica Sílvia. "Se a
espécie tem potencial de se tornar um problema,
não se deve deixá-la entrar no País, para
proteger a biodiversidade nativa".
Serviço: Quem quiser tirar dúvidas sobre
espécies exóticas invasoras ou contribuir com o
mapeamento das mesmas pode acessar o site
www.institutohorus.org.br ou entrar em contato
com a organização não governamental através do
e-mail