A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, anunciou,
hoje, a criação de um grupo de trabalho para elaborar o
Plano Nacional de Silvicultura de Espécies Nativas e Sistemas
Agroflorestais, com o objetivo de ampliar o potencial produtivo
dessas espécies. O grupo será
composto por representantes dos ministérios da Agricultura, do
Desenvolvimento Agrário e da Ciência e Tecnologia e da sociedade
civil.
O plano é mais um exemplo da política
ambiental integrada que vem sendo desenvolvida pelo governo. Marina
Silva destacou também o programa de agricultura sustentável,
desenvolvido com o Ministério da Agricultura, como parte do plano de
combate ao desmatamento da Amazônia. "É inovador e revolucionário. É
a primeira vez que está se fazendo um esforço para contribuir para a
preservação de um bioma tão importante, como é o caso da floresta
amazônica", disse.
A ministra do
Meio Ambiente e o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues,
participaram das comemorações do Dia da Árvore, no Jardim Botânico
de Brasília. Marina Silva plantou uma muda de Chorisia
speciosa, popularmente
conhecida como paineira rosa ou barriguda, e falou sobre importância
das árvores para o planeta. "Elas oferecem um conjunto de
riquezas, como frutos, madeiras, essências, resinas, óleos,
renovação do ar, proteção do solo e da água, e prestam um grande
serviço para o equilíbrio do planeta e para a preservação das
condições adequadas da vida", disse a ministra.
Durante o
evento a ministra anunciou ainda a atualização da lista
oficial das espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção. A
última revisão foi feita em 1992, quando foram listadas 108 espécies
ameaçadas. Segundo ela, a lista precisa de uma reavalização.
Precisamos saber se as nossas políticas estão sendo eficientes,
destacou. O trabalho está sendo feito em parceria com o Ibama, o
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, a
Sociedade Botânica do Brasil, a Rede de Jardins Botânicos e a
Fundação Biodiversitas para a Conservação da Diversidade Biológica.
A previsão é de que a nova lista seja publicada em
2005.
Também
foram lançadas ontem as publicações Biodiversidade
da Caatinga e Plano de Ação do Mutum do Sudeste. O livro
Biodiversidade da Caatinga reúne informações e análise da flora e da
fauna do bioma, além dos aspectos socioeconômicos. A publicação é
resultado de um trabalho conjunto entre o Ministério do Meio
Ambiente com a Universidade Federal de Pernambuco, Fundação de Apoio
à Universidade Federal de Pernambuco, Conservação Internacional do
Brasil, Fundação Biodiversitas e a Embrapa Semi-Árido.
O Plano de
Ação do Mutum do Sudeste apresenta um apanhado das informações sobre
a biologia do mutum-do-sudeste (Crax blumembachii), ave endêmica da Mata Atlântica
brasileira, e propõe uma série de ações a serem implementadas.
Atualmente a espécie é citada na Lista Nacional de Espécies da Fauna
Brasileira Ameaçadas de Extinção e aparece na categoria Em Perigo
da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), tendo
como principais ameaças à sua sobrevivência a destruição do seu
ambiente natural e a caça.