O
Ministério do Meio Ambiente e a Transpetro realizam, em outubro, no
Rio de Janeiro, um seminário para discutir a Convenção
Internacional sobre Controle e Gestão de Água de Lastro e Sedimentos
de Navios e os Desafios para Proteger o País das Espécies
Aquáticas Invasoras. A convenção foi adotada em fevereiro deste
ano pela Organização Marítima Internacional (IMO na grafia inglesa),
agência das Nações Unidas responsável pela segurança da navegação e
prevenção da poluição marinha, com o objetivo de reduzir a
transferência de espécies exóticas por meio da água de lastro dos
navios.
Para entrar em vigor, o tratado deverá ser ratificado por
pelo menos 30 países, que representem 35% da tonelagem da frota
mundial. A nova convenção estabelece que a troca da água de lastro
deve ser realizada preferencialmente em alto mar, no mínimo a 200
milhas da costa ou a 200 metros de profundidade. A distância pode
cair para 50 milhas caso o navio por algum motivo não conseguir
fazer conforme a disposição anterior. O seminário, além de discutir
os desafios estabelecidos pela IMO, vai subsidiar o governo
brasileiro na decisão sobre a ratificação da convenção.
O
encontro que reunirá técnicos dos ministérios do Meio Ambiente, da
Saúde, Transporte, da Defesa e do setor privado (Petrobras,
Armadores, etc) também discutirá as atividades estratégicas que
deverão ser adotadas pelo país, com o fim do Programa Global de
Gerenciamento de Água de Lastro (GloBallast) do GEF/PNUD, que
envolve seis países em desenvolvimento estratégicos (África do Sul,
Brasil, China, índia, Irã e Ucrânia) e que termina em 31 de
dezembro. O Globallast tem por objetivo ajudar os países em
desenvolvimento a implementar as medidas para reduzir a
transferência de espécies marinhas exóticas, transportadas na água
de lastro dos navios.
O
maior problema do Brasil, em relação a espécies invasoras, é o
mexilhão-dourado, um pequeno molusco originário da Ásia. A espécie
foi detectada na América do Sul pela primeira vez em 1991, no porto
de Buenos Aires. Em 1998, foi observada sua presença no delta do rio
Jacuí, em frente ao porto de Porto Alegre. Em pouco tempo o mexilhão
se disseminou, mesmo contra a correnteza, por várias outras bacias
hidrográficas da Argentina, do Uruguai, Paraguai e do Brasil,
demandando a instituição, pela Ministra Marina Silva, de uma
Força-Tarefa Nacional para o seu combate. Os resultados alcançados
pela Força-Tarefa também serão discutidos no
evento.