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29/08/2004
Começa o combate ao caramujo africano em Manaus/AM

O Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e a Prefeitura de Manaus (AM) lançaram na última sexta-feira (27) a campanha de combate ao caramujo africano. A campanha de coleta vai começar pelo bairro Campos Elíseos, zona Oeste, de Manaus, onde foram registradas grandes concentrações de caramujos.

A partir das 9hs da manhã, servidores municipais começaram a percorrer o bairro informando a população sobre como coletar o caramujo. Estarão à disposição dos moradores 20 pontos de coleta espalhados pelo bairro. A coordenação da campanha será na Escola Estadual Maria Rodrigues.

A orientação dos órgãos envolvidos na campanha é que os moradores coletem os caramujos em suas casas utilizando luvas ou sacos plásticos, esmaguem os animais e depositem nos latões disponibilizados pela prefeitura nos pontos de coleta. Ao final do dia, os latões serão recolhidos e os caramujos enterrados em valas especiais, contendo cal virgem, no aterro sanitário municipal.

O Ibama não recomenda o uso de sal, fogo ou produtos químicos para combater o caramujo, pois essas práticas podem causar acidentes tais como incêndios ou contaminação do meio ambiente. Na próxima quarta-feira (1), haverá uma reunião de avaliação do primeiro dia da campanha e o planejamento das próximas ações nos bairros da cidade. A intenção do Ibama e da Prefeitura é cobrir um bairro da cidade a cada semana e manter a campanha em caráter permanente.

Em Manaus, praticamente todos os bairros estão infestados com o molusco trazido para a região para fins comerciais. Considerado um “falso escargot”, o caramujo africano não teve a aceitação esperada pelos criadores que acabaram deixando a espécie se disseminar. A disseminação dessa espécie é rápida. Estima-se que em cinco anos, o caramujo tenha se estabelecido na maior parte das regiões da capital amazonense.

O invasor - O caramujo não pertence à fauna brasileira, mas já se disseminou vários estados, inclusive em alguns bairros de Manaus. É considerado uma espécie exótica invasora capaz de provocar danos ambientais, perdas agrícolas, além de poder transmitir duas doenças contagiosas.

O caramujo é considerado um dos piores invasores devido à sua grande capacidade de reprodução, propagação e competição com espécies nativas. O molusco invasor chega a medir até 20 centímetros. O animal é hermafrodita, se reproduz rapidamente e gera até 600 filhotes em cada cruzamento. Sua reprodução é maior em regiões quentes e em períodos chuvosos.

O caramujo africano entrou no Brasil na década de 80, estimulado entre produtores agrícolas como alternativa ao escargot verdadeiro, porém não houve aceitação pelo público-alvo consumidor. Os produtores que importaram os primeiros caramujos acabaram soltando os animais no meio ambiente, causando a disseminação. Espécies invasoras são consideradas pela União Internacional para a Conservação da Natureza – IUCN como a segunda maior causa de perda de biodiversidade em todo o Planeta. Perde apenas para a destruição direta de habitat.  (Ascom Ibama)

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