O Ibama - Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e a
Prefeitura de Manaus (AM) lançaram na última sexta-feira (27) a
campanha de combate ao caramujo africano. A campanha de coleta vai
começar pelo bairro Campos Elíseos, zona Oeste, de Manaus, onde
foram registradas grandes concentrações de caramujos.
A
partir das 9hs da manhã, servidores municipais começaram a percorrer
o bairro informando a população sobre como coletar o caramujo.
Estarão à disposição dos moradores 20 pontos de coleta espalhados
pelo bairro. A coordenação da campanha será na Escola Estadual Maria
Rodrigues.
A orientação dos órgãos envolvidos na campanha é
que os moradores coletem os caramujos em suas casas utilizando luvas
ou sacos plásticos, esmaguem os animais e depositem nos latões
disponibilizados pela prefeitura nos pontos de coleta. Ao final do
dia, os latões serão recolhidos e os caramujos enterrados em valas
especiais, contendo cal virgem, no aterro sanitário municipal.
O Ibama não recomenda o uso de sal, fogo ou produtos
químicos para combater o caramujo, pois essas práticas podem causar
acidentes tais como incêndios ou contaminação do meio ambiente. Na
próxima quarta-feira (1), haverá uma reunião de avaliação do
primeiro dia da campanha e o planejamento das próximas ações nos
bairros da cidade. A intenção do Ibama e da Prefeitura é cobrir um
bairro da cidade a cada semana e manter a campanha em caráter
permanente.
Em Manaus, praticamente todos os bairros estão
infestados com o molusco trazido para a região para fins comerciais.
Considerado um “falso escargot”, o caramujo africano não teve a
aceitação esperada pelos criadores que acabaram deixando a espécie
se disseminar. A disseminação dessa espécie é rápida. Estima-se que
em cinco anos, o caramujo tenha se estabelecido na maior parte das
regiões da capital amazonense.
O invasor - O caramujo
não pertence à fauna brasileira, mas já se disseminou vários
estados, inclusive em alguns bairros de Manaus. É considerado uma
espécie exótica invasora capaz de provocar danos ambientais, perdas
agrícolas, além de poder transmitir duas doenças contagiosas.
O caramujo é considerado um dos piores invasores devido à
sua grande capacidade de reprodução, propagação e competição com
espécies nativas. O molusco invasor chega a medir até 20
centímetros. O animal é hermafrodita, se reproduz rapidamente e gera
até 600 filhotes em cada cruzamento. Sua reprodução é maior em
regiões quentes e em períodos chuvosos.
O caramujo africano
entrou no Brasil na década de 80, estimulado entre produtores
agrícolas como alternativa ao escargot verdadeiro, porém não houve
aceitação pelo público-alvo consumidor. Os produtores que importaram
os primeiros caramujos acabaram soltando os animais no meio
ambiente, causando a disseminação. Espécies invasoras são
consideradas pela União Internacional para a Conservação da Natureza
– IUCN como a segunda maior causa de perda de biodiversidade em todo
o Planeta. Perde apenas para a destruição direta de
habitat. (Ascom Ibama)
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