23.05.2005 A praga dos caramujos Os caramujos estão invadindo casas, plantações de hortaliças, árvores. A espécie, conhecida como caramujo africano, chegou ao Brasil na década de 80. Os criadores queriam transformar o caramujo em substituto do escargot, que os franceses consideram uma iguaria gastronômica. O verdadeiro escargot é bem menor e tem a concha quase redonda. O caramujo africano pode alcançar 15 centímetros de comprimento e pesar até 400 gramas. Como não foram aceitos pelos restaurantes, os bichos acabaram jogados no meio ambiente e se espalharam pelo país. Segundo o Ibama e a Fundação Oswaldo Cruz, o caramujo gigante africano já se tornou praga agrícola em pelo menos 17 estados brasileiros. Sem um predador natural, ele se multiplica e se espalha rapidamente. E é capaz de acabar com plantações inteiras de mamão, feijão, banana e mandioca. E pode causar duas doenças ao homem. “Ele é um potencial hospedeiro intermediário para dois vermes. Um deles causa complicações intestinais e o outro verme atinge o sistema nervoso central podendo causar cegueira e meningite”, explica Liliane Cunha, bióloga da Fiocruz. A contaminação pode ocorrer através de frutas, legumes ou verduras cruas. Os biólogos recomendam lavar muito bem os alimentos colhidos em áreas onde exista o caramujo africano. “É um animal que se invadir uma caixa d´água vai contaminar toda a família”, alerta o professor José Luís Ganen. Em apenas um dia, o fotógrafo Guto Cordeiro recolheu um balde cheio de caramujos e usou uma recieta antiga para acabar com os bichos que apareceram no quintal. “Eu matava lesmas com sal. Então usei um quilo de sal matando esses bichos”, conta. Não é a melhor solução, dizem os biólogos. Embora o bicho acabe morrendo, a concha pode se encher de água e virar criatório do mosquito da dengue. Ele ensina que para acabar com os caramujos basta quebrar as conchas e enterrar tudo num buraco.
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