Espécies exóticas da fauna e da flora se
multiplicam rapidamente na Pampulha e colocam em risco o
equilíbrio ecológico na lagoa
(Fernanda Odilla /Estado de
Minas)
O
aviso “Perigo: proibido nadar na lagoa”, espalhado por
toda a orla da Pampulha, não é apenas para banhistas e
pescadores. Deveria valer para qualquer espécie animal
ou vegetal. Deveria. Todos os dias, multiplicam-se
dentro de um dos principais cartões-postais de Belo
Horizonte espécies exóticas, que foram lançadas na lagoa
e já provocam reações nocivas ao meio ambiente. Na lista
dos invasores já identificados na Pampulha estão
répteis, peixes e plantas aquáticas capazes de competir
e expulsar espécies nativas e de contribuir para a
poluição da água.
O desequilíbrio ecológico
ronda a orla, preocupa ambientalistas e exige caras
intervenções da administração municipal. O problema não
é específico da Pampulha. Já se espalhou por todo o
País, especialmente em rios e lagos. “A relação deve
passar de 400 espécies no Brasil”, estima André Deberdt,
da coordenação-geral do Ibama.
Para discutir as
conseqüências e efeitos dessa invasão silenciosa, está
marcado para o próximo dia 26 a abertura do Seminário
Nacional sobre Espécies Aquáticas Invasoras, na capital
mineira. Na pauta de discussões, está a criação de uma
força-tarefa, para acompanhar, estudar e tentar
controlar as espécies, com a missão também de definir
estratégias de prevenção contra novas ocorrências.