Um grupo de 25
especialistas que atuarão como multiplicadores participam na próxima
terça-feira, dia 18, de um treinamento especial sobre controle da
invasão do mexilhão dourado na região do Alto Paraná. Essa região
envolve diretamente os estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e
Goiás. O treinamento, que será feito pela CESP, é uma das ações do
Plano Emergencial para Controle do Mexilhão Dourado.
Esse
plano foi implantado pela Força-Tarefa Nacional (FTN) criada pelo
Ministério de Meio Ambiente em dezembro do ano passado. A CESP foi
designada pela Força-Tarefa para coordenar o desenvolvimento do
plano na região do Alto Paraná. O objetivo da campanha, que tem
âmbito nacional, é evitar que o mexilhão dourado, um molusco exótico
originário da Ásia, atinja bacias hidrográficas ainda não
contaminadas. Nas regiões da América do Sul e do Brasil onde o
mexilhão já se instalou estão sendo registrados diversos problemas
ambientais, sanitários e econômicos.
Na terça-feira (11), em
Ilha Solteira, foi concluída a ação inicial do plano no Alto Paraná,
que propunha a divulgação regional da Força-Tarefa Nacional. Nessa
etapa, a CESP realizou três reuniões técnicas nas suas usinas
hidrelétricas Porto Primavera (entre os municípios de Rosana e
Anaurilândia); Jupiá (entre Castilho e Três Lagoas) e Ilha Solteira
(entre Ilha Solteira e Selvíria).
Participaram dessas
reuniões cerca de 250 pessoas, incluindo lideranças comunitárias,
técnicas, científicas e administrativas regionais diretamente
envolvidas no controle e fiscalização de ações ambientais. Após uma
palestra apresentada pelos especialistas da CESP, os convidados
tiveram a oportunidade de ver “in loco” ocorrências de colônias de
mexilhão nos equipamentos das hidrelétricas e nos reservatórios.
Também foram apresentadas aos presentes algumas medidas e recursos
que estão sendo utilizados pela CESP para controlar a infestação do
animal em suas instalações. As ações incluem o trabalho de inspeção
subaquática e do barco-escola do programa de educação
ambiental.
Entre as entidades presentes nas três reuniões
estavam: representantes do Ministério de Meio Ambiente; Ibama;
Polícia Militar Ambiental; Associação Brasileira das Empresas
Geradoras de Energia Elétrica (Abrage); Secretaria Especial de
Agricultura e Pesca do Mato Grosso do Sul; Fundação Instituto de
Terras do Estado de São Paulo; prefeitura municipais de Ilha
Solteira, Rosana, Aparecida do Taboado, Panorama, Paulicéia e Três
Lagoas; DAEE; Colônia de Pescadores de Epitácio; Associação dos
Produtores de Peixe de Ilha Solteira (Aproaqua); Unesp; Comitê de
Bacias Hidrográficas Tietê-Grande; Faculdades Integradas de Jales;
Clube Campo Eloy Chaves; Colégio Star World; Banco do Brasil, e
Associação dos Amigos do Lagos Três Irmãos (Aalti).
Também
participaram técnicos das empresas Duke Energy; AES Tietê; Copel;
Cemig; Sabesp; Alstom; Schneider; Construtora Camargo Corrêa;
Previne; Pecuária Damha; Empreiteira Fator; SBB Engenharia; além de
empregados da CESP.
Força-Tarefa
O plano emergencial
faz parte das ações propostas pela Força-Tarefa Nacional (FTN)
criada pelo Ministério de Meio Ambiente por meio da portaria número
494, de 22 de dezembro de 2003. A portaria definiu um Plano de Ação
Emergencial, sendo identificadas as regiões do Alto Paraná, entre os
estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, e de Porto Alegre para
implementação da primeira etapa deste plano. Essas duas regiões
apresentam diferentes etapas quanto à intensidade de colonização do
ambiente pelo mexilhão dourado e possuem vetores de
dispersão.
A CESP, por solicitação da Força-Tarefa Nacional,
é responsável pela coordenação das ações da campanha na região do
Alto Paraná, além de executar suas próprias medidas de controle do
mexilhão dourado. O plano emergencial, que será desenvolvido nos
próximos 90 dias, inclui basicamente conscientização de comunidades
que possam se relacionar com o controle da dispersão do mexilhão e
treinamento de representantes de comunidades técnicas que possam vir
a ser chamadas a intervir no processo. A meta é controlar a
transposição do mexilhão dourado para bacias hidrográficas ainda não
atingidas.(CESP)
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