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Exóticas e Invasoras

A invasão de um habitat por espécies exóticas, pode ser um dos principais factores de ameaça do ecossistema aí existente. A Prof. Helena Freitas, ex-Presidente da LPN, faz uma reflexão sobre este grave problema de conservação da Natureza.

Helena Freitas, Liga para a Protecção da Natureza

São múltiplas e crescentes as actividades humanas que estão na origem de profundas alterações nos sistemas biológicos. Traduzem-se, por exemplo, pela perda e fragmentação dos habitats naturais, alterações dos ciclos minerais, em particular o azoto, poluição do solo, do ar e da água, alterações climáticas e invasão por espécies exóticas. De entre todas estas alterações, a invasão de um habitat por uma espécie exótica, que conduz, frequentemente, à ocupação e domínio do novo território, é das situações mais difíceis de controlar e restaurar.
O problema coloca-se quando as espécies exóticas se tornam invasoras, ameaçando a sobrevivência das espécies indígenas, e não forçosamente pela introdução controlada de espécies exóticas. As espécies invasoras são pois aquelas que têm a capacidade de competir e, frequentemente, substituir, outras espécies nos seus habitats naturais, adaptando-se aos novos ambientes, distribuindo-se rapidamente para além dos locais onde foram introduzidas e passando a interferir com o desenvolvimento natural das comunidades invadidas. Estas espécies, mesmo quando pouco representativas, colocam sempre problemas de conservação, porque podem alterar os recursos disponíveis e a estrutura e o funcionamento do ecossistema, por exemplo, através da alteração das propriedades químicas do solo, do ciclo de nutrientes, do fogo e do regime hídrico, aumentando a competição, que pode impedir ou reduzir a regeneração das espécies nativas ou conduzir à sua exclusão.
Em concreto, as Acácias


Se há espécies que a maioria dos portugueses identificam como exóticas, são as espécies do género Acacia. E não há dúvida alguma que, a sua expansão em alguns ecossistemas do país, deve ser encarada com a preocupação e com a determinação necessárias para alterar uma situação que representa, actualmente, um grave problema biológico e económico.


O género Acacia inclui um grande número de espécies, sendo a maioria originária da Austrália e África do Sul. Estas espécies, são fixadoras de azoto atmosférico, pelo que podem alterar a disponibilidade de azoto no solo, afectando assim o desenvolvimento de outras espécies e favorecendo a própria expansão.
A rápida expansão das acacias em Portugal, que facilmente se reconhece nas zonas costeiras e em muitas serras do país, foi beneficiada, até certa altura, pela sua plantação, por exemplo, para a fixação de dunas. Porém, fica sobretudo a dever-se ao elevado número de sementes que estas espécies produzem e ao facto da germinação ser estimulada pelo fogo. A longevidade da semente representa uma vantagem adicional para algumas espécies, em particular para Acacia longifolia, a espécie mais comum nos sistemas dunares portugueses.


É importante reconhecer que não é fácil abordar o problema das exóticas. Para alguns, numa visão estritamente biológica, nem sequer temos um problema, integrando facilmente a questão na dinâmica própria dos sistemas naturais, em que espécies que hoje consideramos nativas e mais comuns no território, não o eram há alguns milhares de anos. Para estes, a melhor solução é deixar que os processos decorram. Para outros, não há solução para o problema e, portanto, não vale a pena investir demasiado; de facto, o controlo e/ou erradicação de espécies exóticas pode ficar muito dispendioso. E por último, talvez para a maioria dos que conhecem realmente o problema, há uma certeza: contra a ameaça das exóticas invasoras, a melhor solução é prevenir a sua entrada e, em seguida, a sua fixação e expansão. Porém, tal implica uma monitorização atenta e preventiva da situação ao nível nacional e a efectiva capacidade para intervir rapidamente e com determinação.
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Traduções: David Wall