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Pragas aquáticas |
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Duas espécies aquáticas estão
prejudicando importantes bacias hidrográficas do país. A
série sobre os invasores traz a proliferação da
tartaruga americana e do mexilhão dourado.
Na
divisa de Mato Grosso com Mato Grosso do Sul, as bordas
do rio Paraguai estão infestadas de mexilhão dourado. O
molusco se fixa em qualquer superfície sólida dentro da
água.
O mexilhão dourado é originário da China.
Chegou ao Brasil através da Argentina no início da
década de 90 em navios que subiam o rio da Prata. Em
1998 foi identificado em Corumbá, Mato Grosso do Sul.
Na baia Gaiva, que faz divisa de Mato Grosso do
Sul com a Bolívia, o mexilhão dourado foi localizado
pelos pesquisadores da UFMT em outubro de 2003. No final
do ano passado o invasor já estava em Cáceres, no Mato
Grosso, que fica a mais de 300 quilômetros da UFMT.
A bióloga Cláudia Calil coleta os mexilhões nas
rochas e os aguapés para estudo. O objetivo é pesquisar
a forma de reprodução e o avanço da espécie.
Outro animal aquático, a tartaruga americana,
também é um problema nos rios brasileiros, mas,
diferente do mexilhão dourado, ela entrou no país por
acidente.
A tartaruga tigre d’água, chamada
cientificamente de trachemys scripta elegans, veio dos
Estados Unidos na década de 60 e hoje é considerada
praga em vários lugares do mundo. A espécie americana
não deve ser confundida com a brasileira, nativa do Rio
Grande do Sul. A americana tem manchas vermelhas na
cabeça.
Os primeiros filhotes foram importados
por lojas de animais do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Acabou se espalhando por todo o país e hoje sua
comercialização está proibida pelo Ibama.
As
pessoas compram a tigre d’água quando ela está bem
pequena, com um mês de vida, para criar em aquário. O
que elas não sabem é que com o tempo a tartaruga vai
crescer até ficar com aproximadamente 25 centímetros.
Muita gente acaba desistindo de criar o bicho, que é
abandonado na natureza.
As tartaruguinhas soltas
em um pequeno lago conseguem atravessar para outros rios
e lagos, atingindo bacias inteiras. Em Brasília, por
exemplo, do laguinho do parque as tigres d’água atingem
o lago Paranoá e de lá vão às bacias do Paraná,
Araguaia-Tocantins e São Francisco.
“Como é mais
agressiva, essa tartaruga consegue se reproduzir muito
mais e compete, rouba alimento, espaço e ocupa o
ambiente das tartarugas nativas” – explicou André
Deberdt, biólogo do Ibama. |
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