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Invasão da braquiária |
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A braquiária chegou ao Brasil vinda
da África e hoje é o principal capim nas pastagens no
país. Também é uma das grandes responsáveis pelo salto
de desenvolvimento da agropecuária brasileira dos
últimos 40 anos.
A braquiária é rústica,
resistente e se espalha com facilidade. Como é de
difícil controle, acabou incluída na lista de espécies
invasoras catalogada pelo Ibama.
O agricultor
José Hildebrand sabe bem o que é ter problemas com a
braquiária. Em sua fazenda em São Carlos, São Paulo, ele
planta cana-de-açúcar e reclama que a braquiária se
espalhou pela propriedade.
“Eu acredito que todo
o proprietário agrícola enfrenta o problema da
braquiária quando se trata de agricultura. Ela se
instala nas lavouras. Se você não tiver um combate
imediato, ela vai ocupando espaço e faz com que a planta
que iria produzir perca grande parte de sua capacidade
de produção” – disse Hildebrand.
Para os
ambientalistas o problema maior causado pelo avanço da
braquiária está nas áreas protegidas. Maria Inês
Salgueiro Lima é bióloga e professora da UFSC,
Universidade Federal de São Carlos. Ela mostrou os
efeitos do avanço da braquiária em uma reserva de
cerrado que fica dentro do campos da universidade.
Isolada, uma touceira de vassourinha, nativa da região,
está perdendo a disputa por espaço.
“Nós vemos
exatamente a situação de competição da braquiária, que
está, praticamente, abafando o indivíduo de vassourinha.
A competição da braquiária com as espécies nativas é
muito forte. Normalmente, a braquiária ganha essa
competição” – explicou Maria Inês.
Problemas com
a braquiária também ocorrem em outras reservas
ambientais da região. No Parque Estadual de Vassununga,
em Santa Rita do Passa Quatro, a planta já virou uma
praga. Ela ocupa os 47 quilômetros de borda da reserva.
Em locais como esse, onde há clareiras, já houve
invasões. Sem controle, a braquiária pode tomar o lugar
de espécies nativas e descaracterizar o cerrado. Com o
solo encoberto, fica muito difícil para que novas
árvores cresçam.
“As sementes podem não germinar
onde ocorre a braquiária. Se germinar, certamente será
mais lenta que o normal para crescer” – falou Heverton
José Ribeiro, diretor do Parque Estadual de Vassununga.
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